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A melhor definição para Paulinho Guitarra é a total e absoluta falta de rotulação, fichamento, classificação. Ou seja, a melhor definição é a não definição, a começar por sua guitarra múltipla, livre, atenta a inspiração e a genialidade de um dos grandes músicos do planeta.

Estava assistindo a um vídeo dele tocando com Ricardo Marins e Guilherme Schwab, no You Tube, durante uma entrevista feita pelo Social Rock Club e impressiona a maneira, ao mesmo tempo, respeitosa, divertida e muito prazerosa que o Paulinho toca.

Recentemente, conversando com amigos, alguém disse que “Jimi Hendrix adoraria conhecer Paulinho Guitarra”. De fato, a imagem que me veio o a cabeça foi o encontro dos dois no Electric Lady Studios, NYC, numa jam demolidora, daquelas que iriam virar discos, raridades e tudo mais. Como Paulinho, Jimi era grupal e corria atrás do novo, de outras experiências, não se bastava.

Jimi Hendrix merecia ter conhecido a reinventada guitarra do Paulinho, diferenciada de todas, absolutamente todas no mundo. A mistura que ele faz só os raros conseguem fazer. Não é fácil laçar um balanço da soul music, esparramar generosamente sobre uma textura jazzística, colocar fortes pitadas de blues, música brasileira, rock, e, depois de tudo, criar uma nova música. Paulinho Guitarra inventou uma nova música chamada MPG, Música do Paulinho Guitarra, que todas as vezes que precisei definir fiquei quieto e pus para tocar. Palavras e frases não bastam para explicar o que ouvimos e, principalmente, o que sentimos quando ouvimos o som dele. Que som!

Mora aí a conexão com Hendrix, John McLaughlin, Muddy Waters, Stevie Ray Vaughan, Johnny Winter, Rory Gallagher, Ike Turner, Prince, T-Bone Walker, George Benson.

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Além de guitarrista, o compositor e produtor musical Paulinho Guitarra ajudou a escrever a história da moderna música brasileira e prestigiou (e prestigia) artistas, intérpretes e compositores da MPB, com quem grava e toca: Marcos Valle, Ed Motta, João Donato, Bebel Gilberto, Tim Maia, Sidney Magal, Cassiano, Hyldon, Marina Lima, Cláudio Zoli, Cazuza, Gerson King Combo, Cassiano, Sandra de Sá, Paula Lima, Carlos Dafé, Banda Black Rio, Serginho Trombone, Leo Gandelman, Celso Blues Boy e outros.

Entre os grandes artistas e produtores é comum ouvirmos que “o Paulinho Guitarra reúne o que um músico de estúdio tem de melhor: talento, rapidez, disciplina e, lógico um humor e um astral contagiantes”. A música para ele é uma missão de vida, por isso, quando está perto de um show ou da gravação de um disco, ele “hiberna”. Se tranca com as suas lindas guitarras, isolado do mundo, e trabalha exaustivamente no aperfeiçoamento de ideias por horas, dias, semanas porque traz uma outra característica: o perfeccionismo. E quando leio que Hendrix gravou 57 vezes um único take de “Castles Made of Sand”, a ponto da banda ir embora e só o zelador permanecer no estúdio, lembro do Paulinho, claro, com o devido exagero.

Começou a tocar profissionalmente aos doze anos, quando em 1967, criou a banda “Os Adolescentes”, considerada “um dos melhores conjuntos de baile do Estado do Rio de Janeiro”, conquistando vários prêmios e festivais.

Seu nome logo ecoou e, em 1970, Paulino foi convidado para a banda do então rei da soul music, Gerson King Combo, e logo depois se tornou músico da banda do grande Tim Maia, com quem gravou vários discos, incluindo os cultuados álbuns da série “Tim Maia Racional” ( vol. l, ll e lll ).

Além de músico, é coautor em várias músicas gravadas pelo cantor, inclusive “O Caminho do Bem”, incluída na trilha sonora do premiado filme “Cidade de Deus”. Ainda nessa época trabalhou com os cantores Cassiano e CarlosDafé.  

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Vivenciou ativamente esse período da invasão funk e soul na música brasileira, razão do “título” conferido pela revista Guitar Player (agosto de 1999): “criador da guitarra funk brasileira”. 

Durante os anos 80 acompanhou em shows e gravações a cantora Marina Lima onde desenvolveu a linguagem pop na guitarra. Paralelamente tocava com a lendária banda de rock “sulista” fluminense “Alynaskyna”, no boom de bandas que surgiram nessa época. Também tocou com a prestigiada cantora Bebel Gilberto e gravou os discos “Burguesia” e “Por Aí…” com Cazuza. 

Em 1991 gravou o primeiro disco solo “Paulinho Guitarra”, de composições próprias e com influências latinas e negroides, cujas raízes se fundamentam em Jimi Hendrix, Eric Clapton, Pat Martino, Wes Montgomery, Miles Davis e John Coltrane.

“Improvisador  fluente que conhece o instrumento, Paulinho absorveu as linguagens do jazz, do blues e do pop contemporâneo”  ( José Domingos Raffaelli, crítico de jazz do jornal O Globo, 15/03/1993).

Ainda nos 90’s tocou com os artistas Claudio Zoli, Celso Blues Boy, Banda Black Rio e Ed Motta.

Em 2004 lançou seu segundo disco “Paulinho Guitarra – The Very Very Cool Cool Band” pelo próprio selo ‘Very Cool Music’, trabalho que rendeu ótimas críticas na imprensa especializada:

…Pacote instrumental modernista. …O laboratório da música instrumental não fecha na crise. Novos discos dos guitarristas … Paulinho Guitarra (The very cool band, Very Cool Music), …. Músico que já tocou com Cazuza, Ed Motta, Marina Lima, Bebel Gilberto, Tim Maia e Paula Lima, Paulinho Guitarra, segundo a revista Guitar Player ”criador da guitarra funk brasileira”, avança nos afluentes do jazz & blues permeados pelo humor dos títulos e temas. São os casos de A vida sexual das aranhas, que evoca o estilo do trilheiro Henry Mancini, a chacoalhante Mulher esqueleto, num pique de guitarra surfista e Festa dos macacos numa linha boogie.” (Tárik de Souza, Jornal do Brasil, 31/01/2005).

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“..Músico que faz parte da banda de Ed Motta e já tocou com Tim Maia e Cazuza, entre outros, Paulinho Guitarra mostra em seu segundo disco solo, “The Very Very Cool Cool Band” (selo Very Cool Music), que além do solista fluente é ótimo compositor, em jazz, blues e rock originais. ” (Além da Guitarra, Antônio Carlos Miguel, Discolândia, O Globo, 21/12/2004).

Em 2008 lançou, pelo seu selo ‘Very Cool Music’, o disco “Trans Space”, com participações de músicos como Renato Massa, Serginho Trombone, Kiko Continentino, Ricardo Giesta e o banjista Tatoo Magdalena.

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Em 2014 lançou o disco “Romantic Lovers – Sparkling Guitars From Paulinho Guitarra”, descrito pelo jornalista Antonio Carlos Miguel como “trilha de um filme imaginário” devido ao teor ilustrativo das músicas.  

Agora, em 2019/2020, além de acompanhar o cantor Marcos Valle na tournê Previsão do Tempo, lança nas plataformas digitais o novo disco autoral, “Baile na Suméria”, com um super baile para resgatar o nosso passado divino e Anunnaki direto da civilização mais antiga do mundo, a civilização que nos ensinou tudo, da roda, a metalurgia. “… Afinal, ele inventou uma música nova, uma inédita maneira de tocar guitarra absolutamente a prova de rótulos. Foi um show-baile-aula de música com direito a músicas de seu novo álbum “Baile na Suméria”, também o nome do show” (Luiz Antonio Mello, Coluna do Lam), acompanhado dos melhores instrumentistas brasileiros, -Alberto Continentino, Renato Massa, Ricardo Brazil, Kiko Continentino, Marcos de Andrade Nimrichter, Mac Willian, Marcelo Linhares, Marcelo Martins, José Carlos  Bigorna, Serginho Trombone, Jessé Sadoc, José Marcos(Zema), Marcelo Frisieiro.

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